sexta-feira, 1 de abril de 2011

CABALA - Adão & Átomo

O Dr. Kaku, que escreveu nove livros sobre como Deus criou o universo, incluindo dois best sellers internacionais, acredita que chegar um passo mais próximo de uma resposta é seu propósito na vida.

"Ao desvendar o mistério da criação," diz ele, "um poder semelhante ao de Deus seria depositado nas mãos dos seres humanos."

A razão para isso, de acordo com o cabalista, é que tanto a ciência quanto a religião organizada estão restritas ao mundo dos efeitos, porque estão fechadas na questão do como.

Em outras palavras, perguntar como algo ocorre despreza totalmente a intenção por trás da ação, e nos força a ter meros clarões na escuridão para desvendar um efeito, em vez de considerar a causa.

Ao se focar na questão do por que, o cabalista lida com o pensamento precedendo a ação.

ENTRA EM CENA O CABALISTA

"Um cabalista pega as evidências de prova física da ciência, mais as doutrinas de estrutura de vida da religião, e empresta um significado a tudo isso. Os insights da Cabala podem transformar meras informações em sabedoria e propósito.

A Cabala pode explicar a matemática da física, assim como pode prover uma compreensão mais profunda, espiritual dos ensinamentos literais da religião", afirma o Rav Berg.

Em outras palavras, a Cabala nos fornece as ferramentas para entender as linguagens tanto da ciência quanto da religião.




A Teoria do Big Bang

De acordo com a Cabala, antes da criação havia Luz. A natureza da Luz era compartilhar e expandir-se infinitamente. (Compartilhar não é usado aqui como um verbo, mas sim como um substantivo. A Luz compartilha).

A essência dessa Luz era de infinita inteligência e plenitude sem fim. Para que a Luz manifestasse sua natureza de compartilhar porém, ela precisava de um receptor -- então ela criou um receptor. A natureza receptiva desse receptor é o oposto polar da natureza de compartilhar da Luz.

De acordo com o cabalista Rabino Yehuda Ashlag, que viveu no início do século vinte, este fato representava um problema. Em seu livro Entrada para o Zohar, o cabalista explica que essa disparidade na natureza criou uma separação espiritual entre a Luz e o receptor.

Os conceitos de distância e proximidade são baseados na similaridade de forma e natureza no domínio espiritual. Em outras palavras, quanto mais duas entidades se parecem uma com a outra, mais próximas estarão uma da outra; quanto maior sua diferença, tanto maior seu grau de separação.

Esta é certamente uma explicação extremamente simplificada da Cabala e sua cosmologia. Mesmo assim, esta é a teoria científica do big bang explicada por uma metáfora cabalística, que leva em consideração o pensamento que precede o evento, ou o momento anterior à criação.

"Este é um caso em que os cientistas podem estar provando o que os místicos revelaram, não obstante através de meios diferentes," diz o Dr. Wolf.

Os paralelos entre a explicação cabalística para a natureza dos mistérios e a explicação matemática da ciência não param aí.

Estrutura da Árvore da Vida da Cabala

Os paralelos entre a estrutura da Árvore da Vida da Cabala e a teoria das cordas prosseguem desse ponto em diante.

De acordo com a teoria das cordas, o universo originalmente começou como um universo perfeito de dez dimensões, sem conter coisa alguma.

No entanto, esse universo de dez dimensões não era estável. As dez dimensões originais "racharam-se" em dois pedaçoes (pense em Adão separando-se de Eva: um universo de quatro e seis dimensões).

De acordo com a Cabala, os seis dias da criação descritos na Bíblia são um código. O cabalista Rabino Moses Ben Nachman que viveu no século doze, explicou que os seis dias da criação na verdade se referem às seis das dez dimensões da Árvore da Vida, que se contraíram e se unificaram em uma dimensão.

As quatro dimensões restantes se tornaram o nosso mundo físico, conhecido como Malchut, que é feito de três dimensões espaciais, mais uma quarta dimensão temporal.

As seis dimensões são os domínios superiores da Árvore da Vida. Essas seis Sefirot - Chesed, Guevurá, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod - formam um grupo de energias cósmicas referenciadas coletivamente como Zeir Anpin.

Zeir Anpin e Malchut são os canais de energia pelos quais o universo tornou-se fisicamente expresso.

As outras três Sefirot são o meio pelo qual a Luz foi trazida a esse mundo. São chamadas Keter, Chochmá e Biná.

Elas não afetam nosso mundo físico além de direcionar-lhe a Luz.

Essas três superiores são a fonte dos nossos pensamentos, intelecto, imaginação, plenitude e prazer.

Quando um físico grita "Eureca", aquele flash repentino de insight que propiciou a resposta origina-se dessas três Sefirot superiores.


Todo Mundo é Dual, Deus Também é, e Seus Anjos.

A Dualidade, formam-se: Céu e Terra; o bem e o mal; a luz e a sombra; o espírito e a matéria,- o Jakin e o Bohaz-, o Yang e o Yin; o sol e a lua; a expansão e a reunião; a necessidade e a liberdade: o Pai e a Mãe; Adão e Eva, etc., etc...

No mesmo corpo se manifesta a Dualidade em todo o organismo, porém essa Dualidade se concilia no centro cerebral, nariz, língua, umbigo e falo.

A Divindade Una tem duas condições como base de sua manifestação: o Universo e o Homem.

A Unidade da dualidade, no cérebro do homem, é o princípio da criação; a Unidade da Dualidade na base inferior da medula ou no Yod cabalístico, é a volta à Divindade.

4. Desde o momento em que o Eu Sou ajunta em seu redor seus veículos de matéria, obscurece sua consciência em seu próprio plano, porém, a comunica a seus veículos.

O plano físico é o inferior, no qual se encarna o ser humano em corpo material.



A sagrada Energia Criadora obedece, como todas as coisas, ao pensamento do homem. O tipo altamente espiritual trata sempre de espiritualizar a matéria e seus pensamentos buscam a união de todas as coisas.

A Energia de tal Ser não pode estancar muito tempo no mundo físico e volve a seu mundo mental superior e espiritual, ao passo que o ser de tendência material arrasta, pelo pensamento, a Energia Vital para o mundo físico. Pode criar neste mundo porém à feição dos animais.

"E os dois serão Um". disse Jesus falando do matrimônio. Até hoje, raríssimas vezes, nos tem sido dado ver o matrimônio de que fala o Nazareno.

Todas as uniões atuais são formadas no mundo do desejo e do físico; raros são os que chegam ao mental e mais raros ainda os espirituais.

O Mago e seu Parceiro Maluco Beleza

Rio de Janeiro, 1971, local e ano em que Raul Seixas conheceu Paulo Coelho. Raul leu uma matéria sobre discos voadores na Revista 2001, que Paulo Coelho dirigia.

Encantado com o artigo, Raul convidou Paulo para jantar em seu apartamento, mostrou algumas músicas inéditas para o escritor e propôs a ele que fizesse a letra para algumas delas.

A partir daquele momento, nascia uma grande amizade e a parceria musical de dois mitos da música popular brasileira.

Iniciaram o trabalho de preparação do primeiro disco solo de Raul, intitulado Krig-Há-Bandolo, que foi lançado em Julho de 1973.

Paulo sempre foi fascinado pela busca espiritual, e convidou seu amigo Raul para conhecer uma sociedade secreta que o escritor fazia parte, conhecida como Astrum Argentum (AA).

Era uma organização místico-filosófica baseada nos ensinamentos do mago inglês Aleister Crowley, cujo trabalho consistia na prática de rituais extraídos de livros mágicos e revelação de segredos de seitas fechadas.

O trabalho desenvolvido pela dupla Paulo e Raul tinha forte influência de Crowley, tanto é, que algumas músicas constam textos adaptados do mago Inglês como o grande sucesso Sociedade Alternativa.



O disco com a música "Gita"cuja linda letra foi inspirada no Bhagavad-Gita, (escritura sagrada da índia antiga), foi lançado em 1974 e vendeu 600 milhões de cópias e deu a Raul Seixas o seu primeiro disco de ouro.

Conforme crescia a popularidade da dupla, Paulo e Raul passaram a acreditar na concretização da Sociedade Alternativa, chegaram até divulgar a construção da cidade das estrelas em Minas Gerais, que funcionaria como a sede da seita.

Mas o sonho da dupla, que pretendia trazer boas novas ao mundo com a Sociedade Alternativa, terminou em maio de 1974 quando a polícia apreendeu a maioria dos exemplares dos gibis manifesto, considerado material subversivo pela ditadura militar.

Paulo e Raul foram presos e torturados. O original de Sociedade Alternativa foi jogado fora pelo escritor numa lixeira no Leblon e apagado de seu computador para não cair na tentação de publicá-lo.

Em 21 de agosto de 1989, Raul Seixas morre de pancreatite em seu apartamento na cidade de São Paulo, mas a voz do Maluco Beleza continua eternizada em nossos corações.

Paulo Coelho escreveu letras de músicas para vozes mais talentosas da MPB, como Elis Regina (Me vuelves loco - versão Paulo Coelho Me deixas louca) e Rita Lee

(Arrombou a festa I e II e Esse tal de Rock enrow), mas foram as composições feitas

em parceria com Raul Seixas como "Gita",

"Eu nasci há dez mil anos atrás"

e "Al Capone"que o consagrou como um dos melhores letristas da Música Popular Brasileira.