domingo, 28 de agosto de 2011

Dossiê Contra Difamação do Papa Pio 12

Pio XII e a “lenda negra” sobre os judeus

A agência católica de Bruxelas relatava em 21 de fevereiro de 2001 que o Rabino David Dalin, de Nova Iorque, pedia que Pio XII fosse oficialmente reconhecido como um “justo entre as nações”.

Fazendo coro com o escritor Antonio Gaspari e sua obra Les juifs sauvés par Pie XII, publicada em fevereiro do mesmo ano, a voz do rabino americano vem em socorro do Papa Pacelli, acusado por alguns de cumplicidade passiva com o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Para ele, “no Talmude está escrito:

Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro; e, mais que ninguém no século XX, Pio XII respeitou este princípio. Nenhum outro papa foi tão magnânimo com os Judeus. Toda a geração de sobrevivente do Holocausto testemunha que Pio XII foi autenticamente e profundamente um justo.”

Com estas palavras se conclui um longo artigo do rabino David Dalin publicado na revista The Weekly Standard, onde ainda diz: “Contrariamente ao que escreveu John Cornwell, para quem Pio XII seria o “Papa de Hitler”, creio que o papa Pacelli foi o maior dos benfeitores dos judeus.

” É digno de nota que um dos livros de Dalin, Religion and State in the American Hewish experience, foi tido como um dos maiores trabalhos acadêmicos em 1998.



Este mesmo rabino deu diversas conferências sobre as relações entre judeus e cristãos no Hartford Trinity College, na universidade George Washington e no Queens College, de Nova Iorque.

Ele sustenta que muitos livros publicados sobre Pio XII recentemente, manifestam uma incompreensão sobre a forma com que Pio XII se opôs ao nazismo e sobre aquilo que ele fez para salvar os Judeus do Shoah.

A este propósito ele apresenta fatos, documentos, declarações e obras diversas.

“Pio XII, diz, foi uma das personalidades mais críticas com relação ao nazismo. De 44 discursos pronunciados por Pacelli na Alemanha entre 1917 e 1929, 40 denunciam os perigos iminentes da ideologia nazista.

Em março de 1935, em carta aberta ao pároco de Colônia, ele chama os nazistas de “falsos profetas para o orgulho de Lúcifer”. No mesmo ano, em um discurso em Lourdes, denuncia “as ideologias possuídas pela superstição da raça e do sangue.”

Sua primeira encíclica como Papa, Summi Pontificatus, era tão claramente anti-racista que os aviões aliados lançavam milhares de cópias sobre a Alemanha para alimentar o sentimento anti-racista.”

Àqueles que reprovam Pio XII por não ter se pronunciado com suficiente veemência contra o nazismo, Dalin repete as palavras de Markus Melchior, grande rabino da Dinamarca, e Ponte (do B’nai B’rith), que sobreviveu ao Shoah:

“Se o Papa tivesse falado, Hitler teria massacrado muito mais que seis milhões de judeus e talvez dez milhões de católicos.” Ele também cita as palavras de Kempner, representando os Estados Unidos no processo de Nuremberg:

“Toda ação de propaganda inspirada pela Igreja Católica contra Hitler teria sido suicido ou levaria à execução de um número muito maior de judeus e católicos.



Acerca da ajuda dada aos judeus, lembra rabino Dalin: “Ao longo dos meses em que Roma fora ocupada pelos nazistas, Pio XII deu por instrução ao clero de salvar os judeus por todos os meios.

O cardeal Boetto de Genova salva, por si só, pelo menos 800 judeus, o pároco de Assis, 300.

Quando foi entregue ao cardeal Palazzini a medalha dos justos por ter salvo judeus no seminário romano, ele afirmou: “O mérito é totalmente de pio XII que ordenou que fizéssemos tudo quanto possível para salvar os judeus da perseguição.

” A ajuda levada pelo papa Pacelli era tão conhecida que, em 1955, por ocasião da celebração do 10o. aniversário da Liberação, a União das Comunidades Israelitas proclamou o dia 17 de Abril como “dia da gratidão” pela assistência dada pelo Papa durante a guerra.

A segunda notícia provém da agência de imprensa católica Zenit (estreitamente ligada ao Vaticano), na data de 29 de Maio de 2001. Curiosamente, esta informação não foi repetida na edição francesa.

Censura? Ei-la aqui pela primeira vez em francês. Sob o título Pio XII cria numa reação brutal contra os judeus. Ele sabia que um protesto custaria vidas, a agência apresenta um livro publicado na Itália sobre o pseudo-silêncio do papa, e que dá detalhes até o momento inéditos:

Pio XII, Papa degli ebrei (Pio XII, o Papa dos judeus), publicado nas edições Piemme e escrito por Andrea Tomielli, correspondente do Vaticano para Il Giornale. O autor reconstitui o debate ao redor do papa Eugênio Pacelli.

O mundo judeu agradeceu Pio XII durante sua vida e após sua morte.



Mas sua reputação foi atacada após a publicação nos anos 60 da peça O Vigário, e, mais recentemente, no livro do escritor britânico John Cornwell, O Papa de Hitler.

Segundo a nova obra de Andrea Tomielli, Pio XII disse um dia ao padre Pirro Scavizzi, um padre que coletava informações sobre as vítimas das perseguições nazistas:

“Após muitas lágrimas e muitas preces, julguei que meu protesto teria desencadeado a cólera mais feroz contra os judeus e multiplicado os atos cruéis, num momento em que eles se encontravam indefesos.

Talvez meus protestos me tivessem ganho o elogio do mundo, mas eles teriam também causado aos pobres judeus uma perseguição ainda mais implacável que a que já sofrem.”

(Emmanuel Ratier. Extraído de Monde et Vie, 14.12.02, republicado no Bulletin des Amis de St. François de Sales)

40 Mil Páginas Provam Pio 12 Salvou Milhares Judeus

NOVA YORK, segunda-feira, 5 de julho de 2010 (ZENIT.org) - A Pave the Way Foundation (PTWF) anunciou o descobrimento de documentos vaticanos de grande importância.

Gary Krupp, presidente da Fundação, afirmou que, "ao buscar cumprir nossa missão de encontrar e eliminar os obstáculos não-teológicos entre as religiões, identificamos no pontificado do Papa Pio XII um período que teve um impacto negativo sobre mais de um bilhão de pessoas. A PTWF empreendeu um projeto de recuperação de documentos e possíveis testemunhas oculares para trazer a verdade à luz".

"Até agora, temos mais de 40 mil páginas de documentos, vídeos de testemunhas oculares e artigos em nosso website (www.ptwf.org) para ajudar os historiadores a investigar este período."

O historiador e representante da PTWF na Alemanha, Michael Hesemann, visitou regularmente o Arquivo Secreto vaticano aberto recentemente e continua realizando descobertas significativas. Seu último estudo dos documentos originais publicados anteriormente revela ações secretas para salvar milhões de judeus desde 1938, três semanas depois da Noite dos Cristais.

cardeal Eugenio Pacelli (futuro Papa Pio XII) enviou um telex para as Nunciaturas e para as Delegações Apostólicas e uma carta para 61 arcebispos do mundo católico pedindo 200 mil vistos para "cristãos não-arianos" três semanas depois da Noite dos Cristais. Mandou também outra carta datada de 9 de janeiro de 1939.

Michael Hesemann declara que "o fato de que nesta carta se fale de ‘judeus convertidos' e ‘cristãos não-arianos' parece ser uma cobertura. Não se podia estar seguro de que os agentes nazistas não saberiam da iniciativa".

"Pacelli devia garantir que não iriam fazer uso equivocado de sua propaganda, que não pudessem declarar que ‘a Igreja era um aliado dos judeus'", acrescentou.



"A PTWF continuará difundindo os documentos enquanto for possível, porque tudo o que descobrimos até agora parece indicar que a difundida percepção negativa do Papa Pio XII é errônea", afirmou Elliot Hershberg, presidente do Conselho de Administração da Pave the Way Foundation.

"Acreditamos também que muitos judeus que conseguiram abandonar a Europa podem não ter nem ideia do fato de que seus vistos e documentos de viagem foram obtidos por meio destes esforços vaticanos."

O professor Ronald Rychlak, conhecido investigador e autor do livro "Hitler, the War and the Pope", afirmou que os documentos provam que "os esforços que parecem estar dirigidos em defender somente os judeus convertidos, na realidade defendiam todos os judeus, independentemente do fato de estarem convertidos ou não".

Para Matteo Luigi Napolitano, professor de História das Relações Internacionais, as instruções de Eugenio Pacelli na carta de 9 de janeiro de 1939 não deixam dúvida sobre as intenções da Santa Sé e do futuro pontífice.

"Não se empenhar em salvar somente os judeus - diz a carta -, mas também sinagogas, centros culturais e tudo o que pertencia à sua fé."