Por ocasião do batismo recebemos o nome em homenagem a um
santo, o qual desde aquele momento se
torna o nosso protetor, patrono celestial.
Cada cristão ortodoxo deve conhecer a vida do seu protetor
celestial e em suas orações pedir o
seu auxílio e orientação.
Nossos antepassados, na sua devoção, honravam o dia do seu santo
"o dia do seu anjo" — com a Santa Comunhão e este dia foi mais festejado
do que o dia do seu nascimento. Qual o sentido da veneração ortodoxa dos santos? Será que os
santos no Céu
conhecem as nossas necessidades e nossas dificuldades, e será que eles se
interessam por isto? Será que eles ouvem as nossas preces e procuram nos
ajudar?
Será que é bom pedir a ajuda dos santos, ou será que é
suficiente somente orar a Deus? As seitas, que perderam a tradição apostólica, não compreendem a essência e o objetivo da
Igreja de Cristo e por isso negam a necessidade de orações aos santos no Céu.
Resumiremos aqui o ensinamento Ortodoxo sobre este assunto.
A veneração ortodoxa dos santos é baseada na convicção de que
todos nos, que
estamos tentando nos salvar e os que já se salvaram, vivos e mortos, constituem
uma única família de Divina. A igreja é uma grande sociedade, que abrange todo
o mundo visível e invisível.
Ela é uma organização enorme, mundial, constituída sobre os princípios de amor, onde cada um deve cuidar não só de si, mas também do bem-estar e da salvação de outras pessoas. Os santos são aquelas pessoas, que durante a vida demonstraram mais amor para com os próximos.
Ela é uma organização enorme, mundial, constituída sobre os princípios de amor, onde cada um deve cuidar não só de si, mas também do bem-estar e da salvação de outras pessoas. Os santos são aquelas pessoas, que durante a vida demonstraram mais amor para com os próximos.
Nos, ortodoxos, cremos, que quando uma pessoa justa morre, ela
não rompe a sua
ligação com a Igreja, mas passa para a sua esfera mais alta, celestial — para igreja
triunfante. No
mundo espiritual a alma da
pessoa não deixa de pensar, querer, sentir. Pelo contrário,
estas qualidades se abrem ainda mais amplamente e com uma maior perfeição.
Os cristãos modernos, não ortodoxos, que perderam a sua ligação
viva com a
Igreja Celestial-terrestre, têm as mais vagas e confusas ideias sobre a vida
após a morte. Alguns
deles acham que depois da morte a alma do homem adormece e se desliga de tudo; outros —
que a alma do homem, mesmo continuando a sua atividade depois da morte, não se
interessa mais pelo mundo, do qual saiu.
Outros ainda acham que em princípio não se deve orar aos santos,
pois o cristão
tem uma relação direta com Deus. A proximidade dos santos ao trono de Deus e o poder da sua pelos
que creem,
e que estão na terra, torna-se evidente no livro Apocalipse, onde o apóstolo
João escreve: "Na minha visão ouvi também ao redor do trono, dos Animais e
dos Anciãos, a voz de muitos anjos, em número de miríades de miríades e de
milhares de milhares.”.
A seguir, ele descreve a visão dos justos orando no Céu pelos
homens, que
pensam na terra: "Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um
turíbulo de ouro na mão. Foram lhe dados muitos perfumes, para que os
oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante
do trono. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos
diante de Deus" (Apoc. 5:11; 8:3-4).
É grande o poder da oração! “Orai uns pelos outros, para serdes
curados: a
oração do justo tem grande eficácia" — ensinava o apóstolo Tiago (Tg
5:16). As orações pelos santos no Céu, orando por nós, demonstram o seu amor e
zelo fraternos. Eis
porque a Igreja, desde os tempos mais antigos ensinava sobre a utilidade de recorrer em
oração aos santos. Isso nós vemos, por exemplo, em antigas Liturgias e outros
monumentos escritos.
Na Liturgia do apóstolo Tiago nós lemos: “Lembremo-nos em
particular da Virgem
Santíssima, Mãe de Deus”. Senhor tenha misericórdia e perdoai-nos atendendo às
preces Dela, puras e santas.
“São Cirillo de Jerusalém”, explicando a Liturgia à igreja de Jerusalém, nota: "Durante a Liturgia, nós lembramos e citamos os que partiram inicialmente os patriarcas, os profetas, os apóstolos, os mártires, para que, através da oração e interceder deles, o Senhor receba a nossa prece.”.
São numerosos testemunhos dos pais e mestres da Igreja,
principalmente a partir
do século IV, a respeito da veneração dos santos pela Igreja. Mas, já no século
II, existem testemunhos diretos escritos pelos antigos cristãos sobre a fé e
oração dos santos no Céu pelos seus irmãos terrenos.
Os que testemunharam o martírio e a morte do Santo Inácio
(início do século
II) dizem: "Tendo voltado para casa chorando, passamos a noite em claro.
Depois, tendo adormecido um pouco, alguns de nós viram o Santo Inácio em pé,
abraçando-nos, e outros o viram rezando por nós.”.
Notas semelhantes com referência a orações e zelo dos mártires
por nós são
achadas em outros relatos da época de perseguição aos cristãos. O apóstolo Tiago convoca
os cristãos a imitar a paciência dos antigos profetas e de Jô (que muito sofreu), a ter a fé inabalável como
a do profeta Elias. Apóstolo Pedro ensinava as mulheres cristãs a imitar a
descrição e a obediência da venerável Sara esposa do Abraão.
O santo apóstolo Paulo cita os sacrifícios dos antigos justos
começando com
Abel e terminando com os mártires macabeus e conclama os cristãos a imita-los. Concluindo os
ensinamentos sobre esse tema, ele escreve: "Desse modo, irmãos, cercados
como estamos de tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do
pecado. Corramos com perseverança ao combate proposto" (Tg cap. 5; 1 PE
3:6; Hebr. 12:1).
Fonte:
Janeiro — Fevereiro
Bispo Alexandre Mileant
Traduzido por Tatiana Zyromsky
Folheto Missionário número PA3
Copyright © 2001Holy Trinity Orthodox Mission
466 Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 91011
Redator: Bispo Alexandre Mileant