domingo, 8 de maio de 2011

Theotokos,Virgem Mãe de Deus

Em 1917 a Biblioteca John Ryland, de Manchester (Inglaterra) adquiriu no Egito um pequeno fragmento de papiro de 18 x 9,4 cm (Ryl. III,470), cujo conteúdo foi identificado em 1939; é o texto de uma oração dirigida a Maria Santíssima invocada como Theotókos (=Mãe de Deus) no séc. III.

Quando em 431 (séc. V) o Concílio de Éfeso proclamou Maria Theotókos, fez eco a uma tradição cujo primeiro termo conhecido remonta a Orígenes (243 dC).

“Sob a tua misericórdia nos refugiamos, Mãe de Deus!Não deixes de considerar as nossas súplicas em nossas dificuldades. Mas livra-nos do perigo, única casta e bendita!”

“Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix; nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta”.

Já no século II era dirigido a Maria e foi objeto de definição conciliar em Éfeso em 431. O texto primitivo do qual derivam as diversas variações litúrgicas (copta, grega, ambrosiana e romana) é o seguinte:

“Sob a asa da vossa misericórdia nós nos refugiamos, Theotókos; não recuse os nossos pedidos na necessidade e salva-nos do perigo: somente pura, somente bendita”.

TESTEMUNHO DOS “PAIS DA IGREJA”

IRENEU- “A Virgem Maria… sendo obediente à sua palavra, recebeu do anjo a boa nova de que ela daria à luz Deus” (Santo Irineu, Bispo de Lion, Discípulo de Policarpo, 180 d.C. – Contra Heresias);

SANTO ALEXANDRE - “Jesus Cristo … teve um corpo gerado, não em aparência, mas verdadeiramente, derivado da Mãe de Deus” (Santo Alexandre, morto em 328 – antes do concílio de Éfeso de 431);

SANTO EFRÉM - “A obra prima da Sabedoria de Deus tornou-se a Mãe de Deus” Santo Efrém que viveu na Síria em 373 (antes do concílio de Éfeso).




Maria Mãe de Jesus. Foi Mãe de Deus, Ela é do Pai


Theotókos. O título que comumente se traduz por “Mãe de Deus”, quer dizer, ao pé da letra: “Aquela que deu à luz Deus”, em latim Deipara.

Este título professa que a pessoa que Maria deu à luz, é a pessoa do Filho de Deus ou a segunda Pessoa da Santíssima Trindade que quis assumir a natureza humana.

Note-se que o vocábulo Theotóke é forma de vocativo; donde se depreende que a oração é dirigida à Santíssima Virgem, como expressão da grande antigüidade da devoção a Ela.

“Não deixes de considerar as nossas súplicas em nossas dificuldades”. Ao pé da letra, o fiel pede a Maria: “não afastes de nossas súplicas o teu olhar”. Basta, pois, que a Mãe de Deus esteja atenta às nossas súplicas para que estejamos seguros.

“Mas livrai-nos sempre de todos os perigos”. O texto atual desta prece menciona “os perigos”, ao passo que o papiro fala “do perigo”. “O” perigo, por antonomásia, eram as perseguições movidas pelo Império Romano contra os católicos.

O historiador Eusébio de Cesaréia (+339), em sua História da Igreja, descreve a grande crueldade das perseguições havidas no Egito.

Por conseguinte, pode-se crer que as pessoas que compuzeram tal oração em tempo de perseguição, recorriam à proteção e à misericórdia da Mãe de Deus.

“Ó Virgem gloriosa e bendita”! A exclamação final afirma a virgindade de Maria Santíssima. Além da virgindade, proclama a fidelidade de Maria Imaculada à vontade de Deus.


O próprio Evangelho chama mãe de Jesus que é Deus


SÃO LUCAS:

42 E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.

“Donde a mim esta dita de que a MÃE DE MEU SENHOR venha ter comigo?” (Luc. 1, 43).

E nas escrituras do antigo testamento também trazem esta confirmação de que o filho da virgem seria chamado pelo nome de DEUS conosco:

“Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” . (Is 7,14)

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